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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O tempo de uns e o tempo de outros

Para muitos, a grande maioria, o tempo não está presente em sua mais pura essência, para essa grande maioria o tempo se resume apenas aos ponteiros ou marcas digitais do relógio, ou então, apenas entre o ontem, o hoje e o amanhã.
Posso até crer que o tempo realmente esteja presente nesses marcos (convenções) criados pelos nossos mais antigos antepassados, mas o problema reside no fato de boa parte dos humanos esquecer do tempo realmente existente e presente em um segundo marcado no relógio, na grandeza de tempo e espaço de tempo presente no hoje, neste exato momento.
Nos vinte segundos necessários para ler os dois parágrafos acima muita coisa deve ter acontecido na cidade, no país, no mundo, no universo; neste exato momento o que acontecia durante os parágrafos acima ainda está acontecendo durante este parágrafo.
A vida é curta? E o tempo é curto? Não, não é, ou assim é para quem quer.
Em um minuto, um ponteiro dá uma volta no relógio... Uma volta artificial, criada pelo homem, um instrumento artificial, criado por nós humanóides.
E o tempo real? Os nossos segundos de respiração... de reflexão... Passam despercebidos para muitos de nós humanos... mas não para alguns.
Não para quem dimensiona o tempo pela formação de uma onda no horizonte e o barulho de outra onda quebrando mais adiante. Difícil explicar, não consigo detalhar no momento, mas felizmente achei um texto que traz muito bem tudo isso; que explica a diferença entre o que é o tempo para algumas pessoas, descrevendo ao mesmo tempo o que vivemos e a maneira que passa o tempo dentro do oceano. O texto abaixo recebi de uma colega e brother de faculdade, e achei mais do que pertinente colocá-lo aqui. O autor é desconhecido, mas isso é o de menos, assim como os ponteiros do relógio.

O TEMPO

O tempo dos surfistas se difere do tempo dos homens, do tempo do mundo. A natureza ou Deus criou a noite, o dia, o percurso do sol e o trajeto da lua, mas não criou as horas, minutos e segundos. Tais referências para quantificar o tempo são ficções humanas.

Os homens fracionaram o tempo transformando-o em matemática capaz de fiscalizar suas próprias vidas. Conseguiram medir o tempo que levam trabalhando, dormindo ou correndo.

Inventaram uma unidade de referência apta para quantificar o tempo, mas ineficiente para qualificá-lo. Por isso não conseguem medir ou entender o tempo do surfe, não conseguem compreender os surfistas. Tem razão quando dizem que os surfistas vivem em outro mundo, em seu próprio tempo.

O tempo é uma abstração. Os desorientados surfistas ignoram o tempo dos homens. Nada os impede de revogar o tempo dos homens e criar o seu próprio tempo.

Não faz sentido levar um relógio para o mar. Não se cronometra o tempo de uma onda ou quantos segundos um surfista fica dentro de um tubo. Quando um surfista entuba, o tempo em que ele vive naquele momento se dá com muito mais profundidade do que os mesmos segundos vividos por um homem fora d’água.

O momento de um tubo é muito intenso e único, não há como fracioná-lo em segundos. Um momento único e esticado, superdimensionado.

Marcado pelo tempo dos homens, um tubo de 5 segundos não condiz com a realidade que o surfista vive lá dentro. Fora do tubo 5 segundos não é nada. O que podemos fazer em cinco segundos? Nem dá tempo do sinal abrir.

Dentro do tubo, 5 segundos também não existem. O momento correspondente a este desprezível tempo, lá dentro, pode significar uma eternidade. Algo que um surfista jamais esquecerá.

São realidades tão distintas que a tentativa de cronometrar o tempo de um tubo revela-se como total insensatez humana. Uma desesperada tentativa dos homens em racionalizar o intenso universo vivido pelos surfistas.

Assim como o tubo, a onda como um todo também não dá para ser mensurada pelo tempo dos homens. A linha que os surfistas desenham na onda é a unidade de referência mais adequada para sentir o tempo de uma onda.

Cronometrar o tempo que uma onda leva para quebrar, a princípio, não serve para nada. A onda também é uma criação da natureza, mas o seu tempo é uma criação dos surfistas.

De quê adianta a precisão dos relógios se numa mesma onda um surfista de longboard pode desenhar uma linha intempestiva enquanto um surfista profissional pode promover uma tempestade? Esticam ou abreviam as suas linhas, criam o seu próprio tempo de acordo com os seus sentimentos.

Pobre dos homens reféns de seu próprio tempo. Incapazes de livrar-se da ficção que tanto fraciona suas vidas. Aceleram em sua corrida tecnológica em busca de ferramentas mais eficientes para vencer o seu próprio tempo.

Orgulham-se de seus computadores cada vez mais rápidos. Tentam esticar seus dias abreviando desencontros em seus sofisticados telefones. Vivem cada vez mais lentos em suas grandes cidades engarrafados em seus velozes automóveis.

Quanto aos surfistas... Seguem surfando o seu próprio tempo.

Aloha!!!

Postado por Renatito

7 comentários:

Unknown disse...

tempo... queria apenas dormir quando tenho sono e não por determinado horário, comer quando sinto fome e não porque é meio dia... e surfar quando sinto necessidade ... que seria todos os dias pela manhã bem cedo...

irmão... obrigado pelo toque...

abraços

fox

25 de fevereiro de 2010 às 09:35
Renatito disse...

Entendeu perfeitamente.

Abr`s!

25 de fevereiro de 2010 às 16:43
Ernesto Segundo disse...

Todos sabem que sou um surfista "calhorda" é aquele mesmo do TNT, certa vez comprei uma prancha para tentar entender o q queriam dizer com "eu vou pegar uma onda", "vou atrás dela" entre outras expressões que ao longo dos anos vinha escutando de grandes amigos que desde muito tempo desfrutavam deste "tempo", deste momento dito especial, não possível de descrever. Deve estar ai a origem das gírias criadas pelos surfistas, uma vez que somente aqueles companheiros daquela senhora que chamamos de prancha outros com apelidos mais íntimos, sentiam...
Meu irmão Jef cansou de tentar me ensinar, lembro que na Guarda do Embaú ele se encheu do saco e eu fui para o mar sozinho, lá um garotinho de aproximadamente 12 anos estava pegando o que eu chamaria de ondas didáticas, aquelas de curso, e ele me perguntou: Tu não vai surfar? Eu respondi: - Velho comprei esta prancha velha para aprender a surfar, mas ainda não sei, ele pacientemente me ensinou (Tartaruga era o apelido dele) foi naqueles dias que consegui entender um pouco o que é identificado como tempo dos surfistas...
"Segundos para os iniciantes, minutos para os mais evoluídos... e a eternidade para os sábios".
Deslizar sobre as águas, alisá-la, um carinho no mar...
-Continuo o surfista calhorda do inicio do texto, mas com algumas experiências que guardo com carinho na minha memória, aguardando o dia em que novamente me encontrarei com esta dimensão onde a relatividade do tempo é substituída pela "sensação de ser parte dele".

Grande Renatito, um abraço Irmão!

27 de fevereiro de 2010 às 00:24
Renatito disse...

Belo drop Segundinho.
E continua aguardando esse dia, em q novamente tu te estabelecerá nesse Tempo que só quem surfa sabe cronometrar e sentir.

A melhor sensação do mundo, o maior Tempo da vida. Apenas isso. E para nós, é o que basta.

1 de março de 2010 às 10:58
Anônimo disse...

Sempre me considerei a frente ao tempo, e acredito que essa frase ultrapassa a idéia da mulher feminista, mas a frente ao tempo da garota suburbana, uma garota roots, sem relógio... sem controle Nem sempre é assim que as coisas funcionam... o tempo existe... e num piscar de olhos (6 meses) tudo muda, você mesma muda... e nesse espaço de tempo não existe segundos, minutos ou horas... o segredo é não cronometrar, e sim poder olhar para tras e ver que valeu a pena cada segundo vivido, e o mais importante... sempre a TEMPO para tudo!
E assim dizia o poeta:
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Mario Quintana
Filosofias Baratas Online - Porto Alegre

1 de março de 2010 às 15:25
Ernesto Segundo disse...

Um convite a galera do oceano:

Acompanhe: http://caderno-e.blogspot.com/

Um grande abraço, Aloha!

3 de março de 2010 às 00:46
Renatito disse...

Visitem, vale a pena!

E-Aprovo.

3 de março de 2010 às 11:21

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