A ideia era seguir o que escrevi semana passada, sobre essa coisa de terminar um ano, começar outro, fazer balanços, reflexões, depois novos planos, quando na verdade só muda um número, dois e tal. Até vou falar sobre isso, mas antes vou dar uma viajada aqui. Normal.
Coisa louca essa do "amor". Estava vendo o Orkut da ex-namorada de um amigo (preservarei nomes, óbvio) - só por curiosidade, e não sejam hipócritas de dizer que não fazem isso, todo mundo faz, nem que seja uma vez a cada vinte acessos a rede - quando percebi que a garota está namorando novamente. Acho, não lembro bem, que no máximo seis meses se passaram do término do relacionamento dela com meu amigo e como num passe de mágica já há fotos do tipo "...morrr...", "pra vida toda...","meu docinho disso, daquilo...". Rápido, não? Eu acho pelo menos.
Já me disseram que sou um cara muito chato nesses quesito, de assumir um relacionamento, que penso demais, analiso demais a situação, os prós e contras. Não sei, talvez seja verdade, afinal de contas uma das minhas características é o pensar, pensar, pensar, pensar.... e até hoje só tive dois relacionamentos sérios - o que na minha opinião é um bom número até -. Ocorre que não concordo mesmo em fazer essa que muita gente faz de sair de um lance e se tocar de cabeça em outro. Tudo bem , a paixão pode bater a qualquer hora, na sala de aula, no ônibus, na noite, agora.... Chamar alguém de "amor" num dia e meses depois chamar outro alguém de "amor" também.... Lá sei eu, soa estranho p/mim, além do mais... Amor, que palavra é essa afinal?! Muito relativo. Eu acho essa palavra muito forte, não gosto de sair jogando ela ao ar assim, p/qqr garota, p/qqr coisa. Gosto mais da palavra paixão, essa sim me agrada.
Podemos ter diversas paixões na vida. Aquelas de apertar o peito quando toca o sinal de mensagem no celular, de ficar pensando se fala ou não fala tal coisa, de encucar o que signiicou aquele "bjuuuuu" com vários U`s, aquela de nos deixar nervoso com um gol sofrido, aquela de nos fazer deixar amigos e família de lado p/pegar a estrada rumo ao desconhecido de mais uma sessão de surfe. E todas essas paixões, essas sim, talvez até podem ser trocadas (a do time de futebol é difícil, é verdade, podendo, esta sim, ser amor), podem perder o encanto e mais tarde renascer em um novo alguém, na descoberta de um novo esporte, de um novo escritor, pensador, mas amor.... Sei lá, acho que essa palavra foi vulgarizada.
Tem uma música que diz: "... quero um amor maior..."; daí sim, tem a linha de raciocínio de que um amor é o verdadeiro amor até surgir um amor maior. Acontece que p/mim amor representa uma coisa única, que dificilmente será superada, diferente da paixão... Que é forte, tão forte quanto o amor, mas possui uma camada protetora mais fraca, mais flexível, podendo se arrebentar mais facilmente ou suportar até duas coisas do mesmo tipo e ao mesmo tempo. Enfim... cada um fala o que quer, o que sente, se eu mesmo falei acima que é algo relativo então não posso sair julgando alguém por amar duas pessoas no mesmo ano, apenas resolvi refletir um pouco sobre isso.
Agora o tal de Ano Novo. Mais uma vez vamos chegando a essa criatura que nos faz revirar o quarto para colocar no lixo os materiais que não vamos mais utilizar, que nos faz colocar em dia as tarefas do serviço que poderiam ter sido feitas durante todos os 360 e poucos dias pré-virada, que provoca uma correria atrás de carona e passagem p/praia quando na verdade tem-se todos os finais de semana p/se ir tranquilo até o litoral. Sim, pareço um tanto reto e pessimista quanto ao tradicional "Feliz Ano Novo" de todos os finais de anos, que são sempre iguais, de mais uma ( como bem descreveu meu amigo-também-blogueiro Guidje -que rima com Nietzsche -) "inconsequente temporada desse seriado insano chamado `o homem e a sua supremacia frente ao universo`..." .
É legal, claro que é legal o Ano Novo, trata-se de uma data que realmente une as pessoas (assim como o Natal) e as faz esquecerem um pouco da rotina entendiante de todo um período que se passou, mas logo depois... tudo continua a mesma coisa, só vai mudar a numeração do calendário. Certo é, pelo menos para mim, que tudo isso que se faz no feriadão da virada também pode ser feito num final de semana qualquer... Mudar, visitar, revisitar, comemorar, unir, ACREDITAR, guardar lentilhas na carteira, colocar roupa branca, azul, vermelha, amarela, são coisas que podem ser feitas não apenas na virada do ano.... Não precisamos esperar este para crer nas mudanças que tanto se espera que cheguem apenas com a mudança do 09 para o 10, depois do 10 para o 11, depois do 11 para o 12..., ..., ..., ..., ...
Mas tudo bem, para não me chamarem de chato, finalizo esta sessão (e o ano de 2009) com a passagem do mestre M. Quintana que falei semana passada. Na verdade, há quem diga ser do Drumond, mas enfim, a mensagem diz muito e ao meu ver expressa bem a ideia de um novo tempo, um novo período, e o porque disso tudo.
Grande e Feliz 2010 a todos! Good Vibes!!!
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”.
(Cortar o Tempo - de Mário Quintana ou Carlos Drumond de Andrade).
Oceano Pensante
5 comentários:
Olá Renatito!
Na maioria das vezes passo por aqui muito rapidamente e não consigo deixar um comentário... mas vamos lá!
Ao ler o título de seu post já imaginava o que estaria por vir (ainda mais vindo de um ser filosofante como tu...hehe)...
Realmente o significado da palavra "amor" está sendo vulgarizado com o passar das gerações. É só olhar para essa gurizadinha que namora uma semana e já está chamando a criatura de "amor da minha vida" ou postando em todas as redes sociais do mundo internético frases do tipo "fulano amor eterno".
Bueno... Em face do exposto (olha o maldito juridiques), ops, quero dizer, com tudo isso, estou de pleno acordo com o que escreveste no teu post...
entonces tá...
Bjao moço e continues assim, escrevendo maravilhosamente bem!
Lelê
Grande Lelê, saudosa colega dos tempos Forensianos.
Que bom que acompanhas este espaço, espero que em 2010 tu se faça mais presente aqui nos drop`s, tendo em vista saber de todo teu intelecto para críticas destrutivas ou construtivas, rsrs.
Sempre uma grande contribuição.
Grande abraço
Oi rootinho! Sei q tem nada a ver como esse post mas quando li não fui capaz de deixar de dividir contigo... "Entre a brutalidade para com o homem
e a crueldade para com o animal, a diferença é a vítima!" Alphonse de Lamartine. escritor, poeta e político francês (1790-1869).
Olá Senhor Filósofo, e não é que até os filósofos amam?! E como amam! O fato é que além de vulgarizarmos a palavra amor, muitos já nem se permitem vivê-lo e carentes de amor se entregam a qualquer carinho e confundem as coisas. Eu pelo menos faço uma diferenciação, posso muito bem me apaixonar todos os dias... mas amar... aquele que me despertar um amor maior, de todos os dias... esse sim merece minha atenção e respeito. O amor deve ser reconquistado todos os dias, sempre penso nisso... mas para mim parece mais coisa de filme do que realidade, porque hoje em dia o ser humano é tão egoista que não perde tempo com essas baboseiras de menininhas e, é aí que as coisas se perdem... uma pena. Dê amor e receba amor, esteja aberto para recebe-lo. Beijos oceânicos. FILOSOFIAS BARATAS ONLINE
P.S. hoje não muito inspirada, falar de amor ultrapassa barreiras do pensamento e as vezes fica díficil de decifrar o que o coração quer dizer depois de passar pelo filtro da razão.
Entendo-te Fil. Barata, e acho q o disseste vai ao encontro do texto. Fzem uma verdadeira confusão de tudo, e memso que mtos digam , achem q não sou a pessoa certa p falar sobre isso, devido às minhas aventuras... acredito mto no q escrevi (óbvio) e no amor veradeiro, aquele q vai além das paixões finitas.
É tudo uma loucura E SOBRE ESSA DE "coisa de menininha" e amor, vale uma lida no Jogo de Damas, do David Coimbra (rsrs) o cara explica a questão da sensibilidade feminina para o bom andamento da sociedade (ainda q ele mostre a história de algumas mulheres q causaram guerras e outras atrocidades).
Qto a Cah, SEMPRE VÁLIDO Rootinha, sempre. A diferença é tênue, quase nula.
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