domingo, 7 de junho de 2009
Rosa - SC, maio de 2008... Apenas um relato.
Às vezes paro p/pensar em certas coisas que acontecem nas nossas. vidas.
Uma música na rádio, um pássaro que pousa na janela quando estamos "voando" em nossos próprios pensamentos, uma frase solta de algum professor que encaixa-se com nosso momento atual. Mentalizo as pessoas, aquelas que aparecem em nossas vidas quando menos esperamos... E não falo aqui de "amores", falo sim de amizade, daquela coisa de brother.
Ao lado de muitos crescemos, brincamos, discutimos, jogamos bola,botão, resolvemos encarar o mar,mas há também os que do nada, inesperadmanete, tardiamante (e depois percebemos que nem tanto), se juntam a nós.
Por dois anos fiz estágio no Tribunal Regional Federal, lugar onde convivi com pessoas de tudo que é tipo (...), mas em especial três camaradas que enquanto estagiei lá apenas falavamos e prometiamos algumas coisa, mas o surfe ou quem sabe o espírito de juventuda (inclusive "jovens de 40") fizeram com que o fim daquele periodo fosse o começo da concretização das promessas, de trips iradas e dias a beira-mar inesquecíveis.
Portanto, o que vocês vão ler aqui trata-se apenas de um relato,um mero relato de uma trip inesquecível, que com certeza marcou não só a mim mas aos outros três camaradas que lá estiveram. Ainda nos falamos, claro,mas por condições da vida hoje em dia estamos um tanto afastados... Um bem longe por sinal, na Austrália (saudade brother, teu retorno será alegria pura).
Aos brothers do Rosa de 2008, aquele abraço!!!! Saudades!!!! Amizade eterna!!!
" Foram quatro dias de verão; mto sol, céu azul, e belas garotas. Éramos quatro malucos numa casa baixada,com piscina, no alto do morro, em um feriadão de altas ondas.
Quinta-feira, 10 da manhã,Rosa Norte,sem corrente, com meio metro (e seres maiores) bem servido, esquerdas e direitas, e crowd infernal, fato este que primeiramente nos deixou acanhados um pouco. Na caída do sol fomos para casa tomar um banho, mas voltamos à beira a fim de ver a lua cheia nascer... Que momento! Uma paisagem do caramba no Rosa Norte, ao som de Tim Maia, que junto com Neil Young, Australian Crawl, Bob, Sublime, e outror formamram a trilha sonora desses quatro dias em SC.
Na sexta-feira acordamos cedo, seis e meia da matina, para conseguirmos (como disse o Armando certa vez) "ir p/Rosa Norte e surfar sozinho"... Céu aberto, meio metro (pouco menos que no dia anterior) , mas com boa formação; o melhor banho p/mim (até o sagrado domingo que estaria por vir, no Rosa Sul); eu e o Duda nos posicionamos no canto do morro, enquanto o Callegaro ficava mais para dentro buscando as maiores com o seu longboard, sempre querendo a "crista" (rsrsrs). O quarto integrante, Daniel Slady, não surfava e assim ficava de assessosr da galera na beira da praia, tirando umas fotos, preparando o chimarrão e, claro, os contatos sempre importantes. Ao final deste segundo dia já existia um entrosamento entre o pessoal na beira, o mesmo pessoal sempre nos mesmos picos, tanto dentro quanto fora da água.
O banho foi até tarde, até nossso olhos não enxergarem mais a já fraca ondulação que chegava; em casa preparamos um rango rápido, omelete (...), p/pegarmos mais um luar, dessa vez no Rosa Sul... Enquanto esperávamos o astro lunar aparecer, conversamos sobre religião, Deus, deusas e todas inquietações da humanidade... Sim, estavamos "conectados" o tempo todo (rsrs).
Terceiro dia. Não conseguimos acordar tão cedo, e tendo o Rosa Norte diminuido de tamanho resolvemos buscar outros mares... Silveira - bela, parecendo uma fazenda a beira-mar - estava flat, então a imaginei em seus dias tão comentados, quando quebra facilmente com mais de dois metros de onda. Ferrugem tinha uma onda,mas não nos agradou... meio metrinho com uma crowd nojenta, e a Vermelha fechada para a pesca. Voltamos para o Rosa Norte, com nossas mochilas abarrotadas de sanduíches,térmicas e tudo mais para passarmos o resto do dia jogados em meio a areia e a água salgada. O mar começava a mudar, balançando um pouco e ficando menos constante, mas rolaram umas ondas no meio da praia.
Bom, última noite lá, hora de caçar; "Pico da Tribo", este foi o lugar; muita gente, do rock ao funk. A gurizada encheu a cara, e enquanto o Slady mostrava suas habilidades no "queijinho" da casa - que cena, rsrs - eu e o Duda fazimaos nossa parte (...). O Callegaro, sempre respeitador (...) observava tudo com muita atenção... Tão preocupado com a galera que não deixou niguém ir até o carro sem ele, com medo de que nos perdessemos (...).
Onze da manhã do domingo, acordo e vejo que o sol ainda imperava naquele canto de mundo, mas com um vento (sudoeste, acho) considerável... Todos de cara amassada,comentando a noite, as arreadas uns nos outros. Decidimos dar um último banho, conferir o Rosa Norte e deu, quando então o vizinho Carioca deu a barbada: - É Rosa Sul, mas preparem os braços, porque tá grande lá!
Carros e mais carros, pranchas e mais pranchas, aquelas máquinas de canhão para fotos... Olhei e pensei... "- Caralho, e agora!!!???". Ela vinha lá de trás, mas lá de trás mesmo, tanto é que tinha neguinho tentando buscá-la a uma distância da beira que minha nossa. Gorda, gordacha e depois em pé, em séries triplas; mais de 60 cabeças no mar. Ela quebrava e abria, as direitas davam a impressão que chegariam ao norte da praia... Pensei, "-ou enacro esse mar ou não sei mais o que sou...um estudante de direito,um fanático pelo Tricolor dos Pampas,um devorador de pizzas quatro queijos... tudo isso,menos um surfista... Ou encaro esse mar ou não sei mais nada de mim...".
Molhamos as pernas, esperamos a série passar e começamos a remar... Lembrei da galera do QNT buscando o outside da prainha... Entramos tranquilos pelo canto das pedras, olhos atentos, braços tensos. Dez mil manos na mesma onda, não havia preferência, era uita onda... Olhei ela vindo, e conversndo comigo mesmo disse "é remar, acertar o pé e descer...". Braçadas, spray na cara e muita vontade; já na onda, naquela sensação única, escutei o Duda pedindo passagem... Saí da onda, pois senti (e quis) que aquela fosse apenas a primeira. Remei de volta para o line-up já com uma sensação inexplicável dentro do peito... Quando em seguida veio outra,e naquela remada acopanhada de mais não sei quantos braços concorrentes, coloquei p/baixo,naquela que até então seria a onda da minha vida... Me levava esquerdosamente num drop que não acabava mais, numa parede graúda, segundos que me fizeram transcender naquele Rosa Sul de um conto e meio ou mais, clássico e inesquecível. Foram apenas três ondas e uma vaca generosa que arrebentou meu leash e me fez sair a nado daquela imensidão, contudo... o momento.... aquele grande mar, aquela paisagem, a qualidade da onda, e até memso a crowd,fizeram com que eu saísse de cabeça feita daquele mar, e soamando-se a isso a amizade de très insânos, cada um de sua maneira, causando uma sensação de extase na minha mente.
O retorno foi tranquilo, com a tranqueira característica da BR-101, mas nada que as múscicas e as risadas oriundas de mais quatro dias que entrariam para a história de nossas vidas amenizassem... Dias de guaraná, suco de caju, e um inesquecível Rosa Sul para a sobremesa."
(À Alexandre Callegaro, Daniel Slady, Duda Atti, a "lua" e ao "Rosa").
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4 comentários:
bah renatito... curto muito a maneira como tu escreve... mas sinceramente: o ponto alto desse post é aquela primeira foto!!
nossa...
que marzão bonito, não é!?
hehehehe... abraço!!!
Ok, ok, Guidje. Digamos que o fotografo mandou bem mesmo, rsrs.
Valeu pela observação. Sempre mto valida!
d+!!!
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Drops pensantes