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Oceano Pensante

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma banda de Rock

   Estava aqui no meu quarto, tomando meu chimarrão, comendo uma bergamota poncã (e nem sei o modo correto de escrever), escutando um Engenheiros do Havaii, pensando na vida, quando então bateu aquela vontade de escrever.

  Mas escrever sobre o que? Sempre acontece isso; durante o dia, na correria habitual de quem recém entrou no mercado de trabalho surgem vários assuntos em mente, mas depois tudo se mistura, vem a preguiça, e nada sai.

   Então, olhei o link que um brotherzinho lá da praia, o Wagner, colocou no MSN. Um vídeo no youtube. Pensei ser algo alusivo ao Tricolor, mulher pelada, ou qualquer  desses vídeos engraçados que circulam pela internet.

   Nada disso. Tratava-se da gravação - caseira, diga-se desde já - do primeiro "ensaio oficial" da banda dele. Banda de que? Banda de Rock`n Roll, ora essa!

   Na mesma hora chamei-o pra conversar: "- vem cá, meu. É tu ali na bateria?". Perguntei surpreso, pois nem sabia que ele andava se arriscando em algum instrumento musical; ao menos não lembrava dele ter comentado algo na última vez que nos falamos pessoalmente, no verão.

   O cara toca numa banda agora; uma banda dessas que nem de garagem é, e sim formada e com suas atividades no quarto de um dos integrantes. Mas e daí! É uma banda, uma banda de rock`n roll, e na mesma hora pensei que, putz... eu também já tive a minha. Diversos amigos meus já tiveram ou ainda tem as suas. Ou melhor, pensei mais do que isso; qual cara um dia não teve sua banda!? Digam-me! E se não tiveram, ao menos pensaram muito em ter.

   Todo cara que se preze um dia tem que ter a sua banda de rock`n roll. Tem que ao menos pegar um violão, encanar umas notas e sonhar com a banda.

   Ali pelos anos de 1999, 2000, eu tive minha banda. Pra respeitar a cronologia das coisas, anos antes fomos (eu, meus pais, minha irmã) morar nas imediações da Azenha. Foi o lugar aonde conheci aqueles que até hoje considero meus primeiros amigos de fé. Lucas, Lúcio e Jonathan. Fora as várias histórias que protagonizei com esses caras, foi com o último que a minha nada promissora carreira musical começou.

   O John (como o chamo até hoje) sempre foi muito ligado em música, no rock de verdade, pesado, até. Fã de bandas como Metallica, Sepultura, Led Zeppelin, ACDC, entre outras, sempre tocou violão, passando os dedos na guitarra logo em seguida. Ensaiava em casa, tinha uma banda com os colegas de colégio, e sempre me chamava pra ver o que eu achava, colocando pilha pra que eu entrasse na onda. Então, dei de mão no violão do meu pai e o John me deu umas aulas.

   É verdade, não fui um aluno muito dedicado, e com o tempo ficou claro que eu não possuía o "dom" também, mas esses fatores não me impediram de enganar aqui e  ali com algumas canções. E olha... Muitas zoações ouço até hoje, mas boas lembranças eu tenho das sinceras rodas de violão que fiz na praia ou em qualquer outro lugar que tivesse um violão. Era massa.

   Bom. Certa feita, antes mesmo de ganhar minha Jeniffer de cor bronze, com o braço em madeira de aparência crua, produzida aqui mesmo no RS, eu e o John formamos Os Betiolos. Nossa banda de Rock.

    Cara... Que momento; que época! Nossos ensaios e apresentações nunca atravessaram as fronteiras do prédio que morávamos, mas nossa criatividade e nosso entusiasmo iam longe... longe demais de qualquer capital, diria Humberto Gessinger. O mais curioso de tudo é que o nome da banda veio da lista telefônica, quando um dia, de forma aleatória, escolhemos o sobrenome de algum cidadão para batizar nossa banda.

    Passávamos noites e noites, madrugadas a dentro, tocando, ensaiando, viajando e sonhando. Ah, e bebendo também, escondido dos pais do John, que dormiam no quarto ao lado. Sempre nas sextas-feiras ou nos sábados. De vez em quando o irmão dele pintava por ali, o Douglas, um pouco mais velho, fissurado  em Beatles, piloto de avião comercial hoje em dia.

   Bons tempos aqueles. Dos nossos dedos passando pelas cordas de violões Tonante e Gianini, das nossas guitarras, da nossa bateria improvisada com latas de Nescau, saia Oasis, Nirvana, Engenheiros do Havaii, alguns Bob`s, só pra descontrair, mais uns Paralamas e tantos outros sons que não lembro, assim como canções nossas também. Tudo isso chegou a ser gravado em algumas fitas K7, as quais com certeza não existem mais.

    Pra mim, não há dúvida, a música é uma das manifestações mais criativas e saudáveis que existe. O som está em tudo, até mesmo no silêncio, e o silêncio está no som. O sons naturais deram causa aos sons artificiais, feitos pelas mãos dos homens, através de máquinas/instrumentos como baterias, violões, guitarras, baixos, flautas, trompetes, harpas. Vieram as canções, que embalam as nossas vidas, nossos sonhos

   Uma banda preferida, a música que mais gostamos, ou então, uma música própria, uma banda própria.

    Todo cara, todo guri que se preze, um dia teve ou pensou em ter sua banda.

   Os Betiolos ficaram na lembrança, guardados na memória ou dentro de alguma das latas que usávamos na "bateria"; o John, já advogado, dá uns sinais volta e meia, normalmente quando eu custo a dar sinal de vida. Já a minha guitarra, presente do meu pai lá por 1999, 2000, com a qual formei uma banda com um grande e eterno amigo, continua aqui, do meu lado, no meu quarto, emitindo sons no mais tranquilo silêncio daquelas canções que sempre permanecerão na minha mente.

   " A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes".

 
Postado por Renatito 1 drop's

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Surf Trip para o Navio


   Sonhos.

   Todos temos o direito de sonhar. Uns sonham alto, com uma farta conta bancária, com um carro de luxo, com  as mais caras roupas ou os mais caros perfumes, e outros, sonham com bem menos, mas o que não nos permite dizer que sonham baixo.

   Quando se diz que alguém sonha alto, não se quer dizer que essas pessoas estejam pensando nos utensílios mais caros ou reluzentes de uma prateleira ou de uma loja. Sonhar alto pode ser simplesmente acreditar que o mais banal dos acontecimentos se realize no mais comum dos lugares que esteve sempre ao seu alcance.
  
     E assim foi por muito tempo, em Quintão, fim do litoral norte do Rio Grande do Sul. Não apenas eu, mas todo e qualquer humano que habita aquela praia sempre sonhou com algo mágico por lá... Pra ser mais específico, todo e qualquer surfista de Quintão sempre sonhou com o surgimento de uma bancada mágica no mar daquela praia, que fizesse suas ondas, tão prejudicadas pela linha reta que corta o litoral gaúcho quase por inteiro, mostrarem um potencial melhor do que se tem.

   Esse sempre foi o nosso sonho: um fator diferente naquele castigado mar. Algo que viesse de qualquer dos lados... Da terra, através da construção de uma plataforma de pesca na praia; do ar, através de um asteróide oriundo dos confins do Universo para nos agraciar; do fogo, com a aparição repentina de um vulcão em alto-mar; ou então, através de algo oriundo da própria água...

   E assim, o Senhor ( OTempo, Deus, Observador, Jah, como queiram), ouviu nossas preces!

  Sim, porque Quintão, agora possui uma outra opção de onda talvez nunca antes surfada, mas finalmente
desbravada,e não por um único, louco, sonhador, surfista,  E SIM por 07 caras que sempre acreditaram naquela praia. Ou em algum fator externo que estivesse escondido por todo esse tempo ali ou nas redondezas.

    A ideia foi do brother Marcelo Hiebczuk: descer 30 Km abaixo de Quintão, direção sul, no caminho para o Farol da Solidão. Muito se ouve sobre os navios afundados naquela região, e foi atrás de um desses que saímos. Na verdade, a busca, o sonho, era uma bancada regular que tivesse se formado devido a estrutura de ferro que há muitos anos acumula e sedimenta areia na suas proximidades.

     Para os leigos no assunto, quanto mais firme a bancada embaixo do mar, seja de areia, corais ou pedras, mais constante e possivelmente boa será a onda que ali quebra.

     Fomos em três carros, carregados de muita euforia, novas e antigas amizades, espírito aventureiro, expectativa e adrenalina. O mais puro soul surf que pode existir, regado também de lanches e som no carro, com a companhia das namoradas para alguns..

    Até lá, muitas dunas ainda virgens da beira-mar gaúcha, muitos cabos de pesca dos moradores próximos, animais mortos, como leões-marinhos, mas também outros vivos, como uma foca que achamos tomando sol à beira-mar. E tudo isso há apenas 30 minutos de Quintão, a praia que para muitos não tem nada a oferecer, nada mais a se descobrir.

   Pouco mais adiante, avistamos algo de tamanho considerável. 04 a 05 metros de altura, bem como de comprimento e uns 03 metros de profundidade; era uma bóia de alguma plataforma petrolífera da Shell. O grande aparato deve estar há alguns meses embelezando a paisagem daquela faixa de areia. Olhando de longe, parecia-se muito com uma concha. Mas nosso sonho não era uma concha gigante. Queriamos apenas pegar ondas boas no tal de navio afundado próximo ao Farol da Solidão.

    E lá chegamos.

    Confesso que da minha parte, uma adrenalina forte passou pelo corpo inteiro quando avistei aquele grande corpo de ferro já bastante enferrujado encalhado na beira de um lugar tão comum pra mim e para todos que ali estavam.

   Para muitos, nada demais; para os que estavam lá, a realização de um sonho. Frequentar ou morar em Quintão, é algo tão banal como devorar um pão no café; ouvir e ouvir falar dos tais navios afundados naquela região, também, mas surfar lá e com a perspectiva de uma onda diferente, como alternativa aos dias em que Quintão não quebre bem... Ora essa... em tempos de descoberta do pré-sal, seria como achar petróleo no pátio de casa.

   O nome e a localização do navio: Mount Athos, de origem grega; encalhado desde 1967, já com bandeira holandesa. Aproximadamente 30 km ao sul do centro de Quintão e 15 km ao norte do Farol da Solidão (balneário pertencente ao Município de Mostardas - RS).

   A onda que quebra no navio Mount Athos: pelas características do dia (swell de leste, sem vento, mar baixo e na caixa), apresentou-se de boa qualidade. pouco menos de meio metro, com algumas maiores, quebrando em cima de uma bancada de areia aparentemente firme que se formou do lado sul do navio, quase atrás deste. Algumas cavadas, como acontece em Quintão, mas ainda assim abrindo esquerdas francas e boas. Haviam direitas também, mas menos constantes.
    Parecia quebrar realmente sempre no mesmo lugar, e este fato, aliado com a qualidade da onda no dia, ainda que com tamanho não tão grande,  deixou uma impressão muito boa. Ao menos a perspectiva de conferir em outras oportunidades.

    Fora isso, todo o astral do dia, e de uma trip que foi programada a partir de contatos da galera da ASQUI, que em poucos e-mail`s se pilhou e se empenhou em partir rumo a esse tão perto, mas desconhecido pico, já valeu.

   Buscamos e achamos uma onda boa ao lado de Quintão, sem muito esforço, com poucos gastos, apenas com a vontade de menino de todos nós (personalizada muito na fissura do Fox) em desbravar o desconhecido em busca da realização de um simples sonho: uma onda alternativa em Quintão ou próximo de lá.

   O surfe é assim,os sonhos são assim. Por mais caros e altos que pareçam, o esporte ou o objetivo, podem, ainda assim, ser realizados com a simples vontade de querer e acreditar no possível e no impossível.

  E então, lembrei de imediato das diversas vezes que ouvi o Dudu (Dolly), irmão d`água, comentar seu desejo de um dia ver um meteoro cair em Quintão, fazendo com que nosso mar mudasse para outros padrões. Essa "viagem" "Dollyanística", com qual já cheguei a sonhar numa certa noite, parecia se concretizar aos meus olhos quando vi aquele navio afundando naquela faixa de água-areia.

   Ao fim de tudo, resta-me apenas agradecer a todos os que fizeram parte desse sonho realizado, a trip para o navio Mount Athos, no Farol da Solidão, em busca de uma simples, mas representativa onda.

   Obrigado Taday, Gugu, Vasquez, Marcelo, e outros que não recordo os nomes, todos irmãos d`água; obrigado Fox, criança grande e brother fiel de todas as horas. Obrigado Louziana, minha "gata", companheira de fé, que ama aquela praia tanto quanto eu.

    Obrigado, Vida, por tudo isso; pela realização de mais um sonho. Simples, mas um sonho. Mais um dia inesquecível na minha história e, tenho certeza, na de todos aqueles que estiveram lá no sábado, 03 de julho de 2010. No navio Mount Athos, no Farol da Solidão.

   Mais informações sobre a trip e fotos da session, dentro de alguns dias, em: http://www.maorisurf.com.br/.

   Fontes de pesquisa: http://www.e-zine.com.br/e-zine/content/view/156/33/; http://www.osdiehl.kit.net/naufragio.htm.

   Trilha sonora da trip -carro 02 (Fábio Fox, Renato, Louziana): "Dia após dia lutando", novo CD do Ponto de Equilíbrio.

   No momento desta postagem: Alpha Blondie.

FOTOS:


Saída para a beira do mar (Frade, Quintão).

Farol Berta (Dunas Altas)
Idem
Boia - Shell (entre Dunas Altas e F. da Solidão).
Leão-marinho.
Foca (no banho de sol)
Chegada no navio Mount Athos
Navio Mount Athos.
Idem.
Saindo do Mount Athos com "a vala" quebrando e abrindo ao fundo.
Raça (crédito da foto - Marcelo Hiebczuk).



Vista do pico de cima da duna (crédito da foto - Gugu ou Vasquez - ?).<<<<--------->>>>>>





Final de tarde no pico, atrás das dunas - registro de domingo, pelo Fox.


                                Neblina no retorno; final de tarde - registro de domingo, pelo Fox.


Aloha! E por favor, preservem o Planeta Terra.


Postado por Renatito 5 drop's
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Pra mim não basta pensar, viver. É preciso expor todas essas sensações e percepções. De alguma forma, transparecer aquilo que nos move. Para isso criei este espaço. Gaúcho, amante da estrada. Surfista, advogado. Noivo, filho, tio. Amigo de todos (assim espero ser).
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