domingo, 28 de junho de 2009
Dos Conselhos... Por Desaconselhados
Como se faz uma sessão de surfe!?
Bem, você estuda e trabalha que nem um louco durante a semana, seu brother liga na sexta, reclamando que vc não respondeu aos e-mails dele, e então vc explica a situação. Ele lhe compreende, mas não deixa de soltar um "f.d.p...".
No sábado o brother liga às sete da manhã, "- To passando aí...", e vc diz "- Não vou meu, tá muito frio". Frio!? Como assim!? Vc passa a semana toda num perrengue do cão, provas, prazos no serviço, etc e qdo tem a oportunidade de fugir dessa fogueira de desilusões vc diz não!? E, simplesmente, "pq tá frio"... Ah para meu irmão... Vc está esquecendo daquelas árvores na estrada, daquele campo coberto pela neblina baixa do amanhecer, daquele fato inusitado que seu brother vai contar no meio da viagem, e do riso descontrolado.
E mais... Qdo vc desliga o telefone, após o "não... tá frio demais"... Vc passa a planejar o que vai fazer durante o sábado; levantar às onze hrs (já perdendo aí boa parte de um dia tão agradável), vai dar um bizolhada no jornal, almoçar o carreteiro sagrado de todo sábado, e depois... dormir, navegar na internet, shopping... É... Melhor o frio, melhor aquela água mais do que gelada entrando pelo pescoço; melhor aquela remada bruta, encarando nossos nervosos mares do sul.
De fato... mar nervoso, onda boa na linha do outside, mas uma corrente mais forte que as nossas forças - precisamos de uma área de surfe maior e estamos na luta por isso -, entretanto, ainda assim vale a pena... Melhor o frio de menos de 13º C daquela água, melhor as duas únicas e solitárias ondas pegas num dos banhos mais curtos da história, do que ficar na cidade fazendo o óbvio.
Infinitas possibilidades.
Ainda teve um futebol após o retorno do surfe; bom jogo, mas segue as lamúrias... Uma solução terá de ser tomada. Abstenho-me de sugerir algo ou adentrar mais no mérito da questão, até pq há "outro blog" mais especializado para isso.
Quase no apagar das telas, pego a Lime e Silva (só p/constar... Michael Jcksons em todos os bares que cruzei... Preparem-se agora vai ser assim até a morte da Madonna, provavelmente) umas cervejas, uma sinuca e um bom bate-papo com algumas amigas. O encontro entre dois mundos... O masculino e o feminino, não foi fácil, eu estava em desvantagem, mas td bem.
Foi isso neste final de semana que se vai, mas aproveitando o ensejo do parágrafo acima, segue abaixo uma pequena reflexão baseada em alguns fatos das últimas semanas...
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Conselhos por desaconselhados.
O cara me ligou pela manhã... Tava decidido, realmente queria mandar uma carta p/os pais dela. Namoro de quatro anos envolve muita coisa... Amigos, cachorros, roupas, lençois e claro, família. Ele errou mesmo, admitiu e estava arrependido, mas como qualquer vítima do coração, não queria errar mais, e sim jogar da maneira certa para reconquistá-la, e p/isso... ele me consultava... Foram dias assim, finais de semana assim, praias assim, MSN`s assim...
Eu, com a maior paciência do mundo, nunca , nunca mesmo fechei a janela dele ou fingi que estava off-line para não responder às suas questões, dúvidas. Esse não chegou a errar... Estava em algumas fases anteriores, na fase boa aquela, a da conquista. Garota do serviço, ou da roda de amigos, não lembro, que ele achava que estava dando mole... Mas vcs sabem... entre "achar" e "ter certeza" há um oceano de medos, fantasias, esperanças e desilusões. Instruí-o em cada passo... Como chegar para falar com ela, se deveria mesmo falar com ela em tais e tais momentos, sobre esperar ela chamá-lo primeiro no MSN, vocês sabem... algo como...uma mesmice única (e angustiante) do jogo da conquista, e acho até que já usei tal expressão um dia (...).
O camarada do parágrafo acima conquistou a garota sim, ela realmente o cuidava e tinha interesse. O outro, cujo qual comecei falando este texto, bem... Segue a luta. Mas eu não tô aqui p/falar dos fins de ambos os casos ou sobre a falta de gols do ataque Tricolor, cá estou para falar dessa estranha mania dos meus amigos de me procurarem em horas como as descritas acima.
Sim... Não é raro isso acontecer, e me pergunto o por que disso... O por quê... Afinal, sou um mero rapaz latinoamericano, que gosta de escrever e falar sobre algumas coisas, entre elas, os relacionamentos. Justo a mim, eles procuram justo a mim, que até já tive um relacionamento longo, de quase quatro anos, mais um curto namoro e outros tantos curtos enlaces... Eu que simplesmente tento, tento, tento entender o que se passa na cabeça dessas mulheres e definitivamente, cada vez mais me sinto longe disso.
Há quem diga que mulheres não devem ser entendidas, mas sim amadas! Ah, que maravilha se fosse assim, chegar na frente delas e dizer "-Sim, garota linda. Eu te amo, que mais desejas?". Não fuinciona dessa forma, nunca funcionou e acho que nunca funcionará. Os caras procuram a mim para tirar suas dúvidas, para escorrer suas lamentações... Justo a mim, que, sim, por vezes já corri de algumas, mas que por vezes já tive de lamentar...
O mais engraçado é ver tudo dando certo para meus aconselhados, enquanto eu... chupo dedo, na frente desse computador, sem entender definitivamente porque mesmo sabendo as dicas que devo dar aos meus mais sinceros camarads,ainda assim erro ou acho que às vezes erro.
Hahahahaha. Eu dou risada aqui sozinho. Dou risada da vida, das situações que aparecem, e até mesmo dos desencantos disso tudo, pois se pararmos para pensar é justamente aí que está todo encanto. No olhar perdido dentro do ônibus, na perda justificada, na conquista planejada, na lamentação semanal, no contentamento emocional, na frieza dos mais experientes, na esperança dos romanticos.
Um dia a bola entra, meu artilheiro. Você ganha o jogo, leva a bola p/casa e a torcida, enfim - ou novamnete - grita seu nome.
(Curtindo um John Mayer - Clarity).
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E até a próxima, rapeize!
domingo, 21 de junho de 2009
Da vida... Vivendo.
Na verdade a vida tem me aprontado umas nos últimos tempos. Estou de cara com ela, sim, estou um pouco de cara com a vida.
Eu poderia até mesmo dizer "p.q.p...." e "saborear" a face triste das coisas, mas uma hora já não damos mais bola... Foda-se os acontecimentos ruins e, porque não, previsíveis.
Talvez eu até perca um pouco a inspiração, as ideias... Mas acho que não, o que ocorre é que muita coisa acontece e por vezes transformo em palavras no mesmo instante, outras vezes... Espero minha mente se reorganizar p/daí sim escrever.
Mas eu não paro... Vou tomando algumas lições, mas sigo...
No espaço entre a companhia e a solidão, entre o que me é útil e o que é prazeroso.
Entre o tempo que o vento leva para se deslocar da linha do equador até a minha terra.
Com a mente e a imaginação, entre as montanhas cinzas da minha cidade... E os prédios de areia do lugar onde gosto de estar.
Não contra o tempo, mas junto dele. De encontro ao negativismo das pessoas que insistem em não saber viver.
Nas piscinas de uma vida regrada, que exige a construção de um futuro moldado ou aquilo que alguns chamam de vida. Mas também no "nada" que é estar longe daqui e longe dali, contra a corrente e a favor dela.... Remando na imensidão do oceano em busca daquilo que me satisfaz.
Nas heresias de uma imensidão de prazeres... Peco, sem saber o que é (o) pecado e o que não é errado.
Entre o momento que a folha se desprende do galho e atinge o chão.
Em meio a certeza das melindras da vida e a certeza de que posso chegar aos meus maiores sonhos.
Sigo eu... nadando, caminhando, correndo, voando: Em meio ao cinza, em meio ao azul, sigo eu em meio ao gerúndio do verbo... Vivendo.
Mesmo que às vezes de cara.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Carlinhos e o Casal Sensacional
Um conto... E desde já, aviso: Qaulquer semelhança é mera concidência.
CARLINHOS E O CASAL SENSACIONAL
- Me passa o chocolate...
- Tá aqui mor...
- E a água, cadê?
- Não sei mor... A água tava contigo.
- Pourra... Comigo? Como, se eu tô dirigindo.
- Não sei mor...
- Mas eu vi essa água aí sim... Ou não vi...
Sim, era sim um casal sensacional. Não se tratava de um casal comum, desses que passeiam à dois no Brique da Redenção aos sábados de manhã, ou que comem "chis" romanticamente no Cavanha`s a noite... Eles faziam isso como qualquer outro casal sim,mas também faziam o favor de carregar algo a mais na bagagem...
- Liga aí pr`o Teia, vê se ele vai jogar...
- Qual o número dele?...
- Bah, não sei, o Teia mudou de número... Bom, tenta aí o número "tal e tal e tal...".
Com eles, tudo se dava um jeito... De ligar ou de carregar...
- O Charles vai conosco, mas tem que pegar o mala do Norberto também...
- Aí mor, não acredito...
- Ah esses bunda-moles, não aguento mais também... Sempre me encheeeeendo o saaaco... Aaaahhhh.
Não viviam um romance à dois, e sim uma relação aglomerada, talvez porque os amigos gostassem bastante deles ou quem sabe porque eles mesmo não conseguissem deixar de mão ou esquecer dos amigos... Aliás, realmente não esqueciam deles,fosse para um chimarrão, para uma pizza, fosse para a praia, para um acampamento, jamais esqueciam dos amigos, fossem para a Conchichina, não esqueceriam das pessoas. Poderiam esquecer de desligar o registro da água na casa da praia ou de abastaecr o carro (...), isso era normal, poderiam esquecer de qualquer coisa, até mesmo de que namoravam, mas não esqueciam das pessoas ao seu redor.
Mas isso, até a chegada de Carlinhos.
De cara assustada, olhos fundos como os doi pai e pele clara como a da mãe, Carlinhos chegara para colocar fogo na relação... E desmiolar de vez aquela casal, até então, sensacional.
Quando começou a sentir as contrações no ventre, Gisele clamou desesperada. Estava quatro a três para ele, que jogava com o Manchester contra seu irmão Luciano, que representaava os italianos doMilan... Largou aquele controle como se o mesmo tivesse lhe dado um choque de 220v. Pegou a chave do carro, a carteira e partiu para o hospital... Mas esquecera de pegar sua prórpia namorada e consequentemente Carlinhos, que no ventre chutava cada vez mais forte, pedindo "passagem".
Com 3,5kg, veio ao mundo Carlos Andres Lairesse Meal. Garoto brincalhão e faminto... Filho de pais um tanto desatentos com seus frutos.
Não falharam no primeiro aniversário do garoto, que nasceu no último mês do ano... Talvez por isso jamais pudessem esquecer pelo menos do aniversário de Carlinhos: 25 de dezembro, uma data um tanto marcante, digamos, o que os ajudou a sempre lembrar pelo menos do aniversário do filho.
Contudo não acontecia o mesmo nas viagens de final de semana ou na hora de buscar o garoto na escolinha. Não foram poucas as vezes que Juninho chegara em sua aconchegante casa em Dois Irmãos e tivera que voltar duas quadras para bsucar o piá, que já há algum tempo chorava desperado no pátio da escola. Mas foi num desses feriadões "santos" made in Brazil que Carlinhos sentiu na pele como seus pai eram atentos.
- Me passa o chocolate...
- Tá aqui mor...
- E a água? Cadê?
- Não sei mor... A água tava contigo.
- Pourra... Comigo? Como, se eu tô dirigindo.
- Não sei mor...
- Mas eu vi essa água aí... Ou não vi...
E ao olhar para o banco de trás, para procurar a água, Gisele se dera conta da ausência de algo mais importante... Já estavam perto de Sombrio quando deram-se conta.
- Oh Mor, tu não pegou o Carlinhos!?
- Quê? Carlinhos? Eu? Tu tá louca Gig!? O Carlinhos não ta aí!?
- Não...
- Mas como, se eu te falei quando tava fechando a casa, "pega o Carlinhos, Gig!".
- Mas eu te vi descendo com ele antes, achei que ele já tava no carro.
- Pourra Gig, não acredito que tu esqueceu o Carlinhos lá na casa! "De novo"! E agora!?
- Mas mor, era pra ti ter pego ele, eu tava com as malas, com o chimarrão, não tinha como pegar o Carlinhos...
- Sim, eu sei, mas pourra,como tu foi deixar o guri lá, e agora? Me diz!!? O guri ficou lá na casa da velha! Me diz o que fazer agora!
- Pode parar Luís Junior,não vem gritar comigo, a culpa não é minha. Tu devia ter pego ele, e não ficar de arreganho com aqueles merdas dos teus amigos lá embaixo.
- Ah tá, agora vai culpar os guris. Que que o merda do Charles tem a ver com a história!?
- Tem a ver que eu tamém não aguento mais aqueles teus amigos... Um só quer saber de encher a cara de vodka na noite, outro tá sempre de casinho novo por aí, outro não levanta o rabo pra nada!
-Pourra, tu já vai começar a encheeeer o meu saaaco. Pourra Gig, deixa so caras! São uns merdas, mas deixa os caras. Já falei pr`o Norberto que não carrego ele mais também, chega, mas não vem encheeer o saco por isso.
- Aquele filho da puta ainda queimou minhas caixas de som... Não dá mais, não dá mais.
- Deixa o cara, deica o cara. Não ecnhe o saco, Gig! E cadê a água!?
- Não sei.
- Vai ficar de carinha, é!?
- Não tô de carinha. Não sei cadê a água.
- E agora, e o Carlinhos!? Que guri de merda também, por que não deu um berro lá de cima!!!
- Ah, deixa o Carlos também, amanhã eu teria de lavá-lo no pediatra, só assim me livrei desse compromisso.
- E, melhor mesmo Preta,menos leite pra comprar na semana. A velha Maria vai ver ele lá.
- Aí mor, mas temos que pegar o Carlinhos...
- Que nada Gig, para com isso... Deixa o guri lá um pouco, já tô irritado agora.
E assim seguiram pela BR-101, comendo chocolate, amendoim, parando para comprar água... E sem Carlinhos, que só foi buscado dois dias depois pelo L.L, seu vô paterno.
Na verdade amavam o garoto, apenas esqueciam de sua exsitência algumas vezes... Talvez mais tarde, quando crescer e tomar consciência da situação, Carlinhos aprenderá que não o esqueciam de propósito ou de sacanagem, mas sim por puro esquecimento, e que tudo isso é também uma lição apreendida por todos os amigos malas desse casal sensacional, que com esta dupla, tudo se dá um jeito, tudo dá certo no final.
Realmente, um casal sensacional.
domingo, 7 de junho de 2009
Rosa - SC, maio de 2008... Apenas um relato.
Às vezes paro p/pensar em certas coisas que acontecem nas nossas. vidas.
Uma música na rádio, um pássaro que pousa na janela quando estamos "voando" em nossos próprios pensamentos, uma frase solta de algum professor que encaixa-se com nosso momento atual. Mentalizo as pessoas, aquelas que aparecem em nossas vidas quando menos esperamos... E não falo aqui de "amores", falo sim de amizade, daquela coisa de brother.
Ao lado de muitos crescemos, brincamos, discutimos, jogamos bola,botão, resolvemos encarar o mar,mas há também os que do nada, inesperadmanete, tardiamante (e depois percebemos que nem tanto), se juntam a nós.
Por dois anos fiz estágio no Tribunal Regional Federal, lugar onde convivi com pessoas de tudo que é tipo (...), mas em especial três camaradas que enquanto estagiei lá apenas falavamos e prometiamos algumas coisa, mas o surfe ou quem sabe o espírito de juventuda (inclusive "jovens de 40") fizeram com que o fim daquele periodo fosse o começo da concretização das promessas, de trips iradas e dias a beira-mar inesquecíveis.
Portanto, o que vocês vão ler aqui trata-se apenas de um relato,um mero relato de uma trip inesquecível, que com certeza marcou não só a mim mas aos outros três camaradas que lá estiveram. Ainda nos falamos, claro,mas por condições da vida hoje em dia estamos um tanto afastados... Um bem longe por sinal, na Austrália (saudade brother, teu retorno será alegria pura).
Aos brothers do Rosa de 2008, aquele abraço!!!! Saudades!!!! Amizade eterna!!!
" Foram quatro dias de verão; mto sol, céu azul, e belas garotas. Éramos quatro malucos numa casa baixada,com piscina, no alto do morro, em um feriadão de altas ondas.
Quinta-feira, 10 da manhã,Rosa Norte,sem corrente, com meio metro (e seres maiores) bem servido, esquerdas e direitas, e crowd infernal, fato este que primeiramente nos deixou acanhados um pouco. Na caída do sol fomos para casa tomar um banho, mas voltamos à beira a fim de ver a lua cheia nascer... Que momento! Uma paisagem do caramba no Rosa Norte, ao som de Tim Maia, que junto com Neil Young, Australian Crawl, Bob, Sublime, e outror formamram a trilha sonora desses quatro dias em SC.
Na sexta-feira acordamos cedo, seis e meia da matina, para conseguirmos (como disse o Armando certa vez) "ir p/Rosa Norte e surfar sozinho"... Céu aberto, meio metro (pouco menos que no dia anterior) , mas com boa formação; o melhor banho p/mim (até o sagrado domingo que estaria por vir, no Rosa Sul); eu e o Duda nos posicionamos no canto do morro, enquanto o Callegaro ficava mais para dentro buscando as maiores com o seu longboard, sempre querendo a "crista" (rsrsrs). O quarto integrante, Daniel Slady, não surfava e assim ficava de assessosr da galera na beira da praia, tirando umas fotos, preparando o chimarrão e, claro, os contatos sempre importantes. Ao final deste segundo dia já existia um entrosamento entre o pessoal na beira, o mesmo pessoal sempre nos mesmos picos, tanto dentro quanto fora da água.
O banho foi até tarde, até nossso olhos não enxergarem mais a já fraca ondulação que chegava; em casa preparamos um rango rápido, omelete (...), p/pegarmos mais um luar, dessa vez no Rosa Sul... Enquanto esperávamos o astro lunar aparecer, conversamos sobre religião, Deus, deusas e todas inquietações da humanidade... Sim, estavamos "conectados" o tempo todo (rsrs).
Terceiro dia. Não conseguimos acordar tão cedo, e tendo o Rosa Norte diminuido de tamanho resolvemos buscar outros mares... Silveira - bela, parecendo uma fazenda a beira-mar - estava flat, então a imaginei em seus dias tão comentados, quando quebra facilmente com mais de dois metros de onda. Ferrugem tinha uma onda,mas não nos agradou... meio metrinho com uma crowd nojenta, e a Vermelha fechada para a pesca. Voltamos para o Rosa Norte, com nossas mochilas abarrotadas de sanduíches,térmicas e tudo mais para passarmos o resto do dia jogados em meio a areia e a água salgada. O mar começava a mudar, balançando um pouco e ficando menos constante, mas rolaram umas ondas no meio da praia.
Bom, última noite lá, hora de caçar; "Pico da Tribo", este foi o lugar; muita gente, do rock ao funk. A gurizada encheu a cara, e enquanto o Slady mostrava suas habilidades no "queijinho" da casa - que cena, rsrs - eu e o Duda fazimaos nossa parte (...). O Callegaro, sempre respeitador (...) observava tudo com muita atenção... Tão preocupado com a galera que não deixou niguém ir até o carro sem ele, com medo de que nos perdessemos (...).
Onze da manhã do domingo, acordo e vejo que o sol ainda imperava naquele canto de mundo, mas com um vento (sudoeste, acho) considerável... Todos de cara amassada,comentando a noite, as arreadas uns nos outros. Decidimos dar um último banho, conferir o Rosa Norte e deu, quando então o vizinho Carioca deu a barbada: - É Rosa Sul, mas preparem os braços, porque tá grande lá!
Carros e mais carros, pranchas e mais pranchas, aquelas máquinas de canhão para fotos... Olhei e pensei... "- Caralho, e agora!!!???". Ela vinha lá de trás, mas lá de trás mesmo, tanto é que tinha neguinho tentando buscá-la a uma distância da beira que minha nossa. Gorda, gordacha e depois em pé, em séries triplas; mais de 60 cabeças no mar. Ela quebrava e abria, as direitas davam a impressão que chegariam ao norte da praia... Pensei, "-ou enacro esse mar ou não sei mais o que sou...um estudante de direito,um fanático pelo Tricolor dos Pampas,um devorador de pizzas quatro queijos... tudo isso,menos um surfista... Ou encaro esse mar ou não sei mais nada de mim...".
Molhamos as pernas, esperamos a série passar e começamos a remar... Lembrei da galera do QNT buscando o outside da prainha... Entramos tranquilos pelo canto das pedras, olhos atentos, braços tensos. Dez mil manos na mesma onda, não havia preferência, era uita onda... Olhei ela vindo, e conversndo comigo mesmo disse "é remar, acertar o pé e descer...". Braçadas, spray na cara e muita vontade; já na onda, naquela sensação única, escutei o Duda pedindo passagem... Saí da onda, pois senti (e quis) que aquela fosse apenas a primeira. Remei de volta para o line-up já com uma sensação inexplicável dentro do peito... Quando em seguida veio outra,e naquela remada acopanhada de mais não sei quantos braços concorrentes, coloquei p/baixo,naquela que até então seria a onda da minha vida... Me levava esquerdosamente num drop que não acabava mais, numa parede graúda, segundos que me fizeram transcender naquele Rosa Sul de um conto e meio ou mais, clássico e inesquecível. Foram apenas três ondas e uma vaca generosa que arrebentou meu leash e me fez sair a nado daquela imensidão, contudo... o momento.... aquele grande mar, aquela paisagem, a qualidade da onda, e até memso a crowd,fizeram com que eu saísse de cabeça feita daquele mar, e soamando-se a isso a amizade de très insânos, cada um de sua maneira, causando uma sensação de extase na minha mente.
O retorno foi tranquilo, com a tranqueira característica da BR-101, mas nada que as múscicas e as risadas oriundas de mais quatro dias que entrariam para a história de nossas vidas amenizassem... Dias de guaraná, suco de caju, e um inesquecível Rosa Sul para a sobremesa."
(À Alexandre Callegaro, Daniel Slady, Duda Atti, a "lua" e ao "Rosa").
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